Manutenção de moldes de injeção plástica

Na indústria de injeção plástica, os moldes são peças-chave para produzir grandes volumes de peças, pois determinam a forma do produto final. Geralmente feitos de metal, os moldes são usinados com precisão para se ajustarem às características do produto a ser fabricado.

Devido a diversos fatores como a complexidade do produto, o custo do material, o custo das ferramentas, entre outros, os moldes representam um grande investimento rentabilizado de médio e longo prazo. Além disso, manutenção inadequada do molde pode levar à deterioração da qualidade da peça, perdendo sua qualidade.

A manutenção de moldes de injeção plástica é essencial para:

• Garantir a qualidade das peças (evitar rebarbas ou outros defeitos);
• Certificar-se que as peças saiam limpas;
• Prolongar a durabilidade dos moldes;
• Evitar que ocorram paradas de produção;
• Evitar excesso de pressão e desgaste de equipamentos e peças;
• Aumento de sua produtividade;
• Redução de custos (estender tempo de manutenção ou substituição do molde, etc.).

Como é realizada a manutenção?

O processo de manutenção de moldes de injeção de plástico envolve uma série de passos importantes. Primeiramente, todas as placas do molde devem ser separadas e limpas detalhadamente. Durante esse processo, é crucial evitar o uso de escovas em superfícies polidas para evitar arranhões e preservar o acabamento. Recomenda-se o uso exclusivo de panos sem contaminantes ou algodão, aplicando limpante industrial para remover sujeira e gordura de maneira eficaz.

Acabamentos superficiais, como texturas, cromados ou DLC (revestimento que fornece propriedades incomparáveis com baixo atrito, alta dureza e alta resistência à corrosão), devem ser reavaliados e, se necessário, refeitos em caso de oxidação ou desgaste excessivo.

Durante a inspeção de todos os componentes, é crucial verificar o desgaste. Se algum desgaste excessivo for identificado, deve-se então intervir com reparação ou substituição do componente avariado. As partes móveis devem ser lubrificadas conforme necessário, utilizando lubrificantes adequados para peças em contato com plástico. Alguns dos componentes chave a serem inspecionados são:

• Anéis de vedação: Deve ser dada uma atenção especial aos anéis de vedação para garantir sua integridade. Vazamentos de água podem resultar em oxidação, e se penetrarem na câmara quente, podem causar curtos-circuitos que gerarão altas e inesperadas despesas. Portanto, é essencial realizar testes de pressão em todos os circuitos de água para identificar vazamentos e garantir um fluxo adequado.
• Sistema ejetor: A revisão do sistema de expulsão é fundamental para garantir um alinhamento adequado. Se os burcados desses ejetores estiverem ovalados, deve-se considerar perfurá-los novamente em um tamanho maior e substituí-los por ejetores de maior diâmetro.
• Molas de retorno: As molas de retorno devem ser substituídas a cada 50.000 ciclos para prevenir problemas de desgaste. Em caso de quebra ou perda de eficácia, devem ser substituídas previamente.
• Áreas de passagem de material: A inspeção das áreas de passagem de material, como câmaras de alimentação e buchas de resfriamento, é essencial, especialmente em peças com carga de fibra, pois o material pode ter expandido as entradas e áreas cruciais do molde.

Finalmente, todos os dados coletados durante esse processo devem ser registrados na lista de verificação, e a decisão de realizar reparos, se necessário, deve ser tomada. Essas anotações também devem ser incluídas no formulário destinado a trabalhos futuros, destacando qualquer anomalia, como dobras, desgastes, emperramentos ou quebras nos ejetores.

E com qual frequência?

Existem diferentes fatores que determinarão a frequência com que a manutenção dos moldes de injeção deve ser realizada. Esses são:

• O material do molde. A resistência do material de fabricação do molde determina a frequência da manutenção. Por exemplo, os moldes de alumínio sofrem mais desgaste do que aqueles feitos de aço.
• O desgaste do molde. Se parâmetros incorretos forem aplicados ou se a manutenção adequada não for realizada, os moldes terão um desgaste maior. Por exemplo: altas pressões de injeção ou lubrificação inadequada dos componentes por excesso ou defeito podem danificar mais o equipamento.
• O material de injeção. Dependendo dos materiais a serem injetados no molde, pode ocorrer um desgaste maior no mesmo. Por exemplo: um molde injetado com fibra de vidro ou fibra de carbono se desgastará muito antes do que aqueles que apenas carregam plásticos simples.
• A complexidade do molde. Moldes complexos, com menos superfícies planas, exigem manutenção mais rigorosa do que os simples.

Fases da manutenção

Quando os moldes são retirados da máquina injetora, seja devido a mudança de produção ou paradas técnicas, é o melhor momento para realizar as tarefas de manutenção preventiva e conservar o molde de forma otimizada. Nesse processo, é aconselhável seguir os seguintes passos:

• Limpar o sistema de refrigeração: Para evitar a oxidação, é necessário esvaziar completamente os sistemas de refrigeração do molde e remover os resíduos de água;
• Verificar visualmente se não há riscos ou impactos nas cavidades internas do molde;
• Limpar os moldes de injeção removendo completamente resíduos de plástico, detritos e sujeira que possam ter ficado dentro e na entrada do molde. É importante observar que, para a produção de peças para o setor alimentício, é recomendável usar limpadores certificados pela NSF (National Sanitation Foundation);
• Lubrificar as diferentes partes do equipamento de acordo com suas características e necessidades específicas. As peças móveis devem estar bem lubrificadas para garantir um funcionamento suave e eficiência na produção. Portanto, é necessário conhecer seu desempenho e suas características.

Os ejetores são partes móveis dos moldes muito delicadas, pois, sendo pequenos e finos, têm uma maior probabilidade de quebrar. Os ejetores não dissipam bem o calor acumulado pela fricção e estão sujeitos a temperaturas mais altas que o restante dos componentes do molde. Eles são a parte que toca a peça de plástico, uma vez conformada para sua extração, e, portanto, podem deixar uma marca visível no produto produzido. Com a fricção, a temperatura aumenta, podendo sujar e marcar a peça injetada, já que esta não tem dureza e coesão suficientes. Para a lubrificação dos ejetores, é recomendável utilizar lubrificantes secos que suportem altas pressões.

As corrediças e as guias internas do molde também devem ser lubrificadas com lubrificantes de baixa viscosidade que facilitem o deslocamento sem fricção e sem sujar o equipamento.

O molde é a superfície mais propensa à oxidação. Uma vez que os moldes estão em contato direto com as peças injetadas, é imprescindível que sejam lubrificados corretamente para evitar rugosidades no produto, bem como garantir que possa ser expelido sem dificuldades. Os lubrificantes convencionais tendem a pingar nas cavidades do molde, inclusive nas peças moldadas, provocando rejeições e paradas na produção para limpar as partes contaminadas. A melhor opção é lubrificar com lubrificantes que formem uma película de proteção sem danificar a superfície e sejam de fácil remoção.

A Interflon possui três produtos que são muito adequados para a manutenção de moldes de injeção.

Para moldes injetores de pequeno diâmetro

Interflon Lube TF: Um lubrificante universal composto por óleo mineral e vegetal recomendado para a maioria das aplicações, oferecendo uma lubrificação duradoura devido à película seca que adere às peças, protegendo-as contra sujeira, umidade, desgaste e corrosão.

Interflon Food Lube: Um óleo composto por uma mistura de óleo vegetal e mineral com características e propriedades muito semelhantes ao anterior, mas destinado à indústria farmacêutica e alimentícia.

Para moldes injetores de grande diâmetro

Interflon Fin Grease: Uma graxa transparente formulada para deixar um revestimento duradouro que previne o contato metal-metal e atua como vedante contra água e contaminantes. Seus principais benefícios incluem a prevenção de vazamentos, garantindo que o molde permaneça limpo, prolongando a duração da lubrificação, minimizando os riscos de rejeições e reduzindo as interrupções na produção.

Concluindo: embora a durabilidade dos moldes de injeção plástica seja limitada, uma manutenção adequada pode prolongar sua vida útil. Para isso, é fundamental aplicar o produto mais adequado às necessidades de cada componente, selecionando produtos especializados que garantam maior durabilidade na limpeza ou lubrificação. Garantindo assim a qualidade das peças injetadas, melhorando a produtividade e a eficácia das operações, resultando em uma melhoria da rentabilidade.

Você tem dúvidas sobre como realizar a manutenção de seus moldes? Assista o vídeo a seguir para ver como podemos auxiliar na manutenção de moldes e outros componentes:

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