Passo a Passo
Graxas para rolamentos: escolha o melhor lubrificante para diferentes tipos de rolamentos
Graxas para rolamentos contêm uma mistura de óleo base, um agente espessante e vários aditivos. Essa graxa não serve apenas para reduzir o atrito, mas também para prolongar a vida útil dos rolamentos, protegendo-os contra o desgaste e a corrosão. Ao escolher a graxa de rolamento* adequada para o tipo de rolamento e as condições de operação, você otimiza a vida útil do rolamento, reduz os custos de manutenção, aumenta a disponibilidade das máquinas e pode prolongar o intervalo de lubrificação.
Determinar o tipo de Rolamento
Antes de escolher o lubrificante correto, é importante saber qual tipo de rolamento precisa ser lubrificado. Existem diferentes tipos de rolamentos, cada um com características e requisitos específicos. Por exemplo:
Rolamentos de esferas: Adequados para altas velocidades e cargas leves a moderadas. São versáteis e amplamente utilizados em diversas aplicações.
Rolamentos de rolos: Projetados para cargas mais pesadas e velocidades mais baixas. São mais robustos e podem suportar maiores forças.
Rolamentos de agulhas: Têm um diâmetro menor e são adequados para espaços compactos com alta carga.
Rolamentos axiais: Usados para cargas muito pesadas e em velocidades baixas a moderadas.
Rolamentos deslizantes: Utilizados em aplicações onde o silêncio e a operação suave são importantes ou em aplicações muito pesadas, como guindastes e pás carregadeiras.
Determinar o tipo de rolamento é crucial porque cada tipo tem exigências específicas em relação ao lubrificante que deve ser utilizado.
Qual lubrificante usar para rolamentos?
Escolha o lubrificante correto seguindo os seguintes passos:
1- Calcule o fator DN
Calcule o fator DN (Diâmetro x Velocidade de rotação). Isso dá uma indicação da carga e da velocidade do rolamento. Valores altos de DN exigem lubrificantes com baixa viscosidade para evitar superaquecimento.
A fórmula para calcular o fator DN é a seguinte:
DN = d × n
Onde:
d é o diâmetro do rolamento em milímetros
n é a rotação em revoluções por minuto (RPM)
Assim, o fator DN é calculado multiplicando o diâmetro interno do rolamento pela rotação. Isso é importante porque ajuda a avaliar a carga e a velocidade do rolamento, permitindo a escolha do lubrificante correto.
2- Fatores Ambientais
Analise as condições ambientais nas quais o rolamento opera. Fatores como temperatura, umidade, poeira e ambientes químicos influenciam a escolha do lubrificante. Por exemplo, para temperaturas extremas, são necessárias graxas especiais que mantenham suas propriedades em altas ou baixas temperaturas.
3- Classe NLGI
Determine a classe do National Lubricating Grease Institute (NLGI). Isso indica a consistência da graxa, variando de NLGI 000 (líquida) até NLGI 6 (muito sólida). Para aplicações de alta velocidade, geralmente é adequado um número NLGI mais baixo, enquanto para cargas pesadas é preferível um número NLGI mais alto.
4- Viscosidade do óleo base da graxa
Escolha uma graxa que contenha um óleo base com a viscosidade adequada. Para aplicações de alta velocidade, é necessário um óleo com menor viscosidade, enquanto para rolamentos de baixa rotação e cargas pesadas, uma viscosidade mais alta é preferível.
Isso porque rolamentos em aplicações de alta velocidade precisam de uma graxa com óleo base que cause menos atrito e dissipe melhor o calor. Já para rolamentos de baixa rotação e cargas pesadas, uma graxa com óleo base de maior viscosidade é mais adequada, pois forma uma película lubrificante mais espessa e amortece cargas pesadas
5- Quantidade ideal de graxa
A quantidade correta de graxa em um rolamento é crucial. O grau de preenchimento recomendado é frequentemente indicado pelo fabricante do rolamento e é expresso como um percentual. Esse percentual indica o volume de graxa em relação ao espaço interno livre do rolamento. Quando o rolamento deve ser preenchido completamente com graxa, o percentual é de 100%. O fabricante especifica qual é o percentual padrão para o tipo de rolamento em questão, que geralmente fica entre 20% e 40%.
A velocidade de rotação do rolamento desempenha um papel importante na determinação do percentual correto. Para uma rotação inferior a 50% da velocidade máxima, recomendamos um percentual de graxa entre 50% e 65%. Para uma rotação superior a 50% da velocidade máxima, sugerimos um percentual de graxa entre 30% e 50%.
Atenção: Devido a condições operacionais especiais, pode ser que o grau de preenchimento recomendado pelo fabricante não seja, na prática, o grau de preenchimento ideal.
6- Determine o método adequado de lubrificação
Dependendo da aplicação, pode-se optar por lubrificação manual ou (semi-) automática. O método deve ser eficiente e eficaz para garantir que os rolamentos permaneçam continuamente lubrificados de forma ideal e que os custos sejam os mais baixos possíveis.

7- Frequência de relubrificação
Elabore um plano de relubrificação baseado nas condições operacionais, nas características do lubrificante e, se possível, no histórico.
Resumo
Seguindo cuidadosamente essas etapas, é possível selecionar o lubrificante correto que otimiza a vida útil dos rolamentos, reduz custos e evita paradas não programadas.
Em conclusão, a escolha da graxa correta para rolamentos depende de vários fatores. Ao considerar cuidadosamente o tipo de rolamento, as condições operacionais e os requisitos específicos de lubrificação, você pode garantir que seus rolamentos tenham desempenho ideal e longa durabilidade.
Tem alguma dúvida ou gostaria de nosso auxílio para escolher a graxa adequada para seu equipamento? Entre em contato conosco sem compromisso. Nossos consultores técnicos terão o prazer em ajudá-lo!
(* Este artigo foca na lubrificação de rolamentos com graxa. No entanto, também existem rolamentos que são melhor lubrificados com óleo lubrificante. Pense especialmente em rolamentos em caixas de engrenagens, transmissões ou mancais que operam em condições extremas, como altas rotações ou temperaturas elevadas.)